
Seja na terra, seja no mar/vencer, vencer, vencer...
Um mar de erros, outro de esperança. Assim é o Flamengo na taça Libertadores 2012, que desperta ódio por uns, indiferença por outros e esperança por poucos. Ódio pelos que já fazem hora-extra no clube e pelos que não deviam nem vestir uma camisa do quilate da rubro-negra; iniferença por aqueles que assim tratam o clube e entram em campo sem saber o que estão representando, que camisa é essa e que torcida é essa e preferem rolar a responsabilidade para a entrada da área; esperança por aqueles que chegam agora e têm o privilégio de vestir mais que uma camisa, esperança por aquele que carrega o sentimento mais nobre por um clube em inglês e traduz isso em campo.
Se era para ser uma noite de Flamengo, não foi. E não foi porque o sub-comandante pensou estar em General Severiano, São Januário, Laranjeiras, Fonte Nova ou outros redutos apequenadores.
Ter a vantagem é estar com a bola no campo adversário, e não colocar uma bola em campo para chamar o adversário. Ter a vantagem é oxigenar o meio-campo e trocar o de 29 por um de 20. Ter a vantagem é não inventar no esquema. Isto se faz aos 40 minutos quando seu time está perdendo, não quando ele está vencendo e preenchendo espaços.
Neste mar de erros, há um mar de esperança. Os modernos dizem que camisa não ganha jogo. Prefiro acreditar nos românticos e em Nelson Rodrigues, que certa vez escreveu "Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E, diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável."
Só a camisa pode fazer a combinação necesária. Seja na terra, seja no mar...