segunda-feira, 21 de maio de 2012

Estrela Solitária?

Com a desconfiança de sempre, o torcedor do Botafogo foi ao Engenhão acompanhar a estreia do time no Campeonato Brasileiro contra um embalado São Paulo. Pela entrada dos times em campo, o time parecia mais desconfiado que a própria torcida e começou em ritmo lento. O tricolor do Morumbi nem precisou fazer tanto para comandar o placar ainda no início da partida com Jadson. O que assustava no Botafogo? A falta de jogadas trabalhadas e a apatia do seu principal jogador. 'Loco' parecia não estar em campo e, sem companhia, ficava a mercê dos cruzamentos de Márcio Azevedo, Lucas e Fellype Gabriel. Resultado: 45 minutos e uma cabeçada torta por cima. Neste mesmo tempo, o menino Vitor Júnior foi quem comandou as ações do glorioso, chegando à frente e arriscando jogadas. Cozinhando o jogo, o São Paulo levou a vantagem para o vestiário. E foi lá que Oswaldo Oliveira colocou em prática o que torcedores e espectadores viram. Sem brilho, a estrela de Sebastian deu lugar a disposição de Herrera. Contestado, o argentino parece ter inflamado o time. Na teoria, seis por meia dúzia; na prática, um Botafogo mais vibrante, aguerrido e organizado. Estranhamente sem a estrela solitária uruguaia, o time rendeu mais e, logo aos 5 minutos, a substituição fez efeito. Novamente na bola aérea, Herrera cabeceou no contrapé do goleiro Dênis e empatou a partida. Mais organizado, o time de General Severiano ainda dava espaços ao tricolor e espasmos ao torcedor. A falta que Antônio Carlos faz só não foi mais sentida pela grande defesa de Jeferson na cabeçada de Luis Fabiano. Mas o filme se repetiu e o Fabuloso, de cabeça, colocou a desconfiança em foco denovo, desempatando a partida. Com alta rotatividade, o Bota não se abateu e contou com a infantilidade de Paulo Miranda e a disposição de Herrera para chegar ao empate: de pênalti, que ele mesmo sofreu, o cara da tarde deixou tudo igual. A partir daí, o alvinegro pareceu ter dado conta de quem era o mandante e empurrou o São Paulo para o campo defensivo. Com um volume de jogo maior, as oportunidades apareceram e, de falta, Vitor Júnior contou com a sorte e foi premiado pela atuação que não deixou o torcedor botafoguense com saudades de Elkeson, virando o jogo. Atordoando o São Paulo coletivamente, o alvinegro viu o goleiro Dênis e o meio-campo Maicon fazerem lambança na saída de bola e ela foi para ele, o dono da tarde, balançar as redes pela terceira vez e dar números finais ao jogo. Com alta rotatividade no setor ofensivo, fica a pergunta: até quando vale a pena investir no 'camisa 9' (ou 13), a estrela solitária que conduziu o time em várias oportunidades, depois de 4 a 1 em 45 minutos?