sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Nem um pouco mano

Quando chegou ao Flamengo, a proposta era explícita: o trabalho a longo prazo. Confiança de executivos e presidentes, promessas de salários em dia e Mano Menezes tinha tudo que um profissional de futebol deseja. Ou quase tudo.
É bem verdade que o time do Flamengo é limitado. Muito limitado, aliás. O comandante sabia disso. É como o professor que entra na sala reclamando do quanto ganha e recebe o devido contra-argumento: 'E você escolheu por que?'
Da saída também não muito às claras da CBF, Mano Menezes viu o Flamengo como uma oportunidade para se lançar de volta ao mercado. Contido nas palavras, o técnico gaúcho deu padrão de posicionamento à bagunça encontrada depois da saída de Jorginho. Altos e baixos, mas ele - repito - sabia e mencionou isso em diversos momentos. 
Talvez soubesse também o momento de deixar o clube. Só não permitiu que os outros soubessem, tampouco por que. Sem permitir perguntas, o treinador disse não ter conseguido passar sua filosofia ao grupo. Pouco demais para quem acreditou em uma filosofia de trabalho em construção no clube.
Mano não foi nem um pouco mano e deixou o rubro-negro à deriva. Estará - ainda mais - indo de encontro à postura se daqui a alguns dias assumir um novo trabalho. 
A questão que fica é para se pensar acompanhando os desdobramentos: o técnico reclama de falta de continuidade no trabalho, mas quando a tem, pode interrompê-lo a qualquer momento?