sábado, 18 de agosto de 2012

Entrevista - João Guilherme

Tudo de bom pra você que acompanha nosso Blog! Talvez fosse assim que João Guilherme narraria o início desta entrevísta, que ele concedeu de forma agradabilíssima. João fala da carreira, da casa, do novo desafio e das copas.

Fome de Gol F.C.: João, na minha geração, pelo menos – 1990 / 2000 – você é um dos narradores com mais jeito de rádio. Os bordões talvez me sirvam como argumento. Como tudo começou?

João Guilherme: Começou quando era criança em Niterói e ficava ouvindo radio, habito que adquiri por causa da minha mãe e do meu pai. Ali comecei a imitar o que ouvia narrando jogo de botão e depois me tornei o narrador dos jogos da escola e por aí foi. O radio é minha escola e a melhor forma de aprender a improvisar .

Fome de Gol F.C.: O volume da narração parece ser bem diferente. Qual é o segredo pra manter a voz vibrante durante os 90 minutos?

JG: O tempo de profissão lhe ensina a colocar a voz. A experiência ajuda muito e com o tempo se,descobre os atalhos. Dormir bem é fundamental para manter a voz firme e com o passar dos anos o narrador precisa se cuidar mais para manter o ritmo.

Fome de Gol F.C.: Guardo na memória – um com carinho, outro nem tanto – dois jogos narrados por você. O primeiro, curiosamente, nem tem tanta repercussão: Fla 1 x 0, em 2007, gol do estreante daquela noite, Maxi Biancuchi. (Teve Fla 3 x 1 Cruzeiro, também neste ano). O outro em 2012, com Fla x Lanús e Olímpia x Emelec. Mas qual, para você, foi o mais especial da carreira?

 JG: Esse agora da libertadores foi mais marcante por tudo que aconteceu e também por ser no inicio de uma nova fase profissional. Nao me recordo de ter visto uma situação como aquela, com um time se classificando e 1 minuto depois terminar eliminado.

Fome de Gol F.C.: De onde vem tanta inspiração para encontrar o “faz a festa a maior torcida do Brasil”, ou trechos dos hinos depois dos gols?

JG: Hino é uma coisa que gosto muito, fico ouvindo em casa e um dia pensei que poderia usar trechos dos hinos na narração dos gols. Achei que o torcedor do clube iria gostar e percebi que deu certo. Os bordões surgem naturalmente e o publico consagra o bordão. Quando começam a repetir o que você disse é que pegou.

Fome de Gol F.C.: É incômodo pra você ter o ‘Inacreditável’, o ‘Que desagradável’ – e até o próprio ‘É gol’ – como nomes de programa ou seção nos canais Globosat / Globo?

JG: De maneira nenhuma, é uma homenagem.

Fome de Gol F.C.: O que te levou a novos ares? Qual a principal diferença entre o futebol brasileiro e o europeu quando o assunto é narração?

JG: Depois de 15 anos no mesmo emprego, surgiu a chance de iniciar um grande projeto, o que me motivou muito. A narração da América do Sul é muito mais vibrante que a europeia.

Pessoal

Fome de Gol F.C.: Em casa, o que faz o João “parar tudo”?

JG: Meu filho João Filipe. 

Fome de Gol F.C.: Em dia de folga, é futebol na TV também?
JG: Atualmente, só se for um grande jogo. São muitos anos trabalhando nisso, então estou mais seletivo.

Fome de Gol F.C.: Tornar-se a voz do gol impede o narrador de torcer pelo seu time? É possível ser isento?

JG: O narrador tem o compromisso e a obrigação de ser isento e nunca distorcer os fatos.

Fome de Gol F.C.: Além do rei Roberto, o que mais toca no carro, João?

JG: Wilson Simonal ,flash back anos 70.

 Fome de Gol F.C.: E na cozinha? Quem manda e o que manda?

JG: Eu mando e me viro bem, cozinho qualquer prato, aliás, é um dos meus hobbys

Rapidinhas

Romário ou Ronaldo?
Ronaldo.

Seleção Brasileira?
 É a maior do mundo pela sua historia, atualmente é uma equipe que nao se encontrou e esta longe de ser a melhor.

Mano Menezes?
Chegou à seleção prematuramente, está perdido.

Neymar?
Ainda precisa provar muita coisa, mas, tem tudo para ser um dos maiores.

Muricy?
Bom treinador.

 José Carlos Araújo?
Um exemplo na profissão.

Maior que você viu? Osmar Santos, meu ídolo e maior narrador esportivo do Brasil.

Um jogo que gostaria de ter narrado?
A final de 70 Brasil 4 x 1 Itália.

Um jogo que não gostaria de ter narrado?
A tragédia do sarria Itália 3 x2 Brasil.

Rio 2014?
Será uma copa do nosso jeito, no improviso, mas, vai dar certo

Dica Cultural: Livro Anos 40, a década sem copa,de Roberto Sander. Fundamental para entender a origem do nosso futebol.