Onze corpos desorientados. Não! Não é uma descrição vaga e sem sentido de "The Walking Dead" ou "Resident Evil". Foi o que o Flamengo apresentou ontem, diante de pouco mais de 60 mil pessoas no Maracanã.
Que o León tocava bem a bola e que tinha uma organização maior que a dos outros clubes do grupo era visível. Que o Flamengo desse território em um campo tão extenso como o Mário Filho, era - e foi - vexatório.
O time mexicano controlou 55% do tempo em que a bola esteve em jogo. (Que se registre: pouquíssimos foram os momentos em que houve catimba, cera, ou o que mais quisermos chamar de atraso no tempo de jogo). Até por isso, em nenhum momento o torcedor Rubro-Negro teve impressão de que o time venceria o duelo. É claro que, pela imprevisibilidade do futebol, poderia acontecer. Mas sem futebol para isso.
Apatia? Euforia? Ansiedade? Não. Pressa e desorganização, talvez. Sem a bola, isso piorou ainda mais.
Pareciam os últimos 90 minutos do mundo. E não foram. Temos mais 90 pela frente no domingo, com torcida ou sem torcida, mas com alma. Assim esperam os que vão ao Maracanã vingar a raiva, os que não vão pela raiva e os que ficarão em casa, com mais (ou menos) raiva.
À diretoria, o aprendizado. Mais um, dentre tantos desta gestão. É bem verdade que o orçamento do futebol precisaria e já estava planejado ser cortado e ninguém esperava a vaga. Entretanto, fica a lição de que, quando voltar, é preciso sangrar na janela de transferências. Seja por esses ou por quaisquer outros onze - ou 19 - em campo.
Qualificar é preciso. Conscientizar sobre o que representa jogar pelo clube também.