Seu Mário, talvez daí, de onde o senhor estiver, não seja possível perceber a dimensão do nome, mas se lhe fosse dada a oportunidade de caminhar pelo Rio hoje, certamente o chamariam de Senhor Maracanã.
Essa história de ser cronista rendeu, hein, seu Mário? Mas, provavelmente o senhor queria era estar em campo. Eu também. E no Rio! Não sei os motivos pelos quais o senhor não foi. Sei os meus. Talvez se eles não existissem, não seríamos Flamengo. Melhor nem pensar nessa possibilidade.
O senhor, então, inaugurou a crônica esportiva carioca. Dizem os maldosos, revestidos de números, que os gols de papel existem por conta dos gols do campo e, por isso, são mais fáceis. Sim! Opositores, concordo! São esses os gols que me fazem jogador. O meu campo? Algumas linhas, o senhor deve entender.
Quando estive no "Senhor Maracanã", agradeci especificamente ao pedaço do céu escolhido para envolver o anel. Oito anos depois, que consórcio, Seu Mário? A magia, transmitida também pelo rádio, estava ali: no casal que relembrava ao atento operador, os 200 mil presentes e frequentes nos anos 80, ou no pequeno Davi, que estampava o mais sincero sorriso. Ambos na fila.
Cronicar o jogo em uma tarde como a de sábado é ousadia. Arrogância, quem sabe. Gostaria mesmo é que o senhor e o seu Nelson, diga-se tricolor, estivessem no Maracanã, sendo o Maracanã. Obrigado, Seu Mário! Obrigado, Seu Maracanã!