"Nosso pojeto continua sendo sair da confuxão, tá xerto?". Vanderlei Luxemburgo foi enfático na coletiva de imprensa e, desde que chegou ao Flamengo, tem priorizado pelo discurso simples, que soa como uma maquiagem do que acontece no vestiário, para jogar os tais sacos de cimento nas costas dos adversários. Sobretudo, nos melhores.
O Flamengo de hoje tem um mérito: Reconhecer suas limitações e jogar em função delas. Em nenhum momento, foi um time de sufoco, intensidade e pressão na saída de bola no primeiro jogo da semi-final da Copa do Brasil. Pelo contrário, procurou não dar campo ao Atlético-MG, mas não se importou que o Galo ficasse com a bola, ainda que em seus domínios.
Apostando as fichas nas laterais, que contaram com atuações seguras de Léo Moura e João Paulo, o Fla foi mais incisivo. Nada que significasse um domínio evidente de jogo. Luxa outra vez optou por um time sem centroavante, prejudicando Eduardo da Silva, mas fortalecendo a primeira linha de marcação.
Combatendo o ataque e distribuindo bem a bola na metade do gramado, o atual campeão se valeu disso para achar Gabriel antes de sofrer falta. Os mais exaltados pediram pênalti. No desenrolar da cobrança, Victor Cáceres, o jogador mais regular desde que Vanderlei voltou à Gávea, subiu e fez.
Luz vermelha. Em torno do Maracanã e na cabeça do treinador. Sai Canteros; entra Amaral. Mais que nunca, o Fla passou o recado: "Conseguimos o objetivo". Isso é feio? Não quando se tem um time feio, que, mesmo assim, se aproveita de lampejos. Gabriel deu cor à zaga atleticana. Só não se esperava que ele saísse dos contornos desenháveis até encontrar Josué, que fez falta de cabeça. Dentro da área. Chicão bateu e trouxe a vantagem.
Vantagem? As principais vantagens do Flamengo atual são o entendimento do que cada um pode render e a unificação do discurso. Todos os jogadores transmitiram a ideia que o "pofexô" tem na caixa dele hoje e que havia sido citado na coletiva. Palavras como "confusão", "prioridade" e "humildade" foram lições de casa. Assim como o resultado no Maracanã.
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