segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A escolha do Grêmio


De repente, leio que Renato Gaúcho não é mais o técnico do Grêmio. Só por esta parte da notícia, a diretoria chefiada por Fábio Koeff merecia aplausos. Renato fez o trivial em um time que tinha o que render, armou um sistema com três volantes que teve serventia a curto/médio prazo e escorregou em jogos nos quais se exigia mais daquele time que merecia aplausos, segundo o treinador.

Porém, não é pelas questões táticas, apenas, que a decisão do time gaúcho é amplamente acertada. Com status de estrela, pelo que representa ao clube, Renato raras vezes se mostrou grato ao torcedor. Pelo contrário, foi exigente, ríspido e dono da verdade. Pautado por uma arrogância que, se um dia se justificasse, seria pelo vice-campeonato de uma Taça Libertadores, o treinador parecia estar disputando o campeonato contra o Barcelona quando o Cruzeiro abria e pensava estar dirigindo o Bayern de Munique quando alargava minimamente a vantagem entre os quatro primeiros colocados.

Não bastasse isso, era dotado de uma afronta ao deixar Zé Roberto muitas vezes no banco, como que dizendo: "Aqui mando eu". O meia, de 40 anos, não precisava disso para mostrar que tinha - e tem - futebol. Para encerrar o ano, na última entrevista coletiva, o treinador disse a todos os microfones que lá estavam, perguntado sobre a possibilidade de uma renovação: "A partir de hoje estou de férias. O presidente tem meu telefone."

Não, não é o Alex Ferguson! E - mais ainda - o Grêmio não precisa de um indivíduo que se considera acima do bem e do mal.

Na mesma notícia, leio que Enderson Moreira é o novo comandante do Imortal. Outros tantos aplausos! Com um trabalho excepcional a frente do Goiás, Enderson merecia uma chance em um time renomado. É bem verdade que terá um grupo dificílimo na principal competição do continente, mas o novo professor dará fôlego e humildade a um time copeiro. Como um bom mineiro, o ex-técnico do Fluminense e da base do agora rival, Internacional, sabe muito e fala pouco. Assume com a motivação de um principiante e com a experiência de um veterano.

Com algumas peças pontuais, o torcedor imortal pode se preparar para ir muitos quilômetros a pé!
Sorte ao Enderson. Sorte ao time que procurar por Renato!

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